Quais tipos de pesquisa existem e como escolher aquela que contempla as necessidades específicas do meu projeto?

Quando uma empresa toma a decisão de criar um projeto novo, seja expandir o negócio, lançar um novo produto ou investir numa determinada região, pode ser complicado escolher um tipo de pesquisa e organizar os dados que vão respaldar as respectivas decisões deste projeto. 

É natural pensar que será necessário fazer diversas pesquisas e mercado, mas como saber qual é a abordagem correta, sendo que existem tantas?  

Neste artigo, vamos te contar quais tipos de pesquisa existem e qual é o foco de cada uma delas, para você tomar a melhor decisão possível no seu projeto. Continue lendo! 

Como classificamos os tipos de pesquisas e quais critérios estão envolvidos

 

Quando falamos em tipos de pesquisa, estamos nos referindo a diferentes estratégias de coleta e análise de dados estruturados,  sempre tendo como finalidade responder perguntas específicas ou contribuir num determinado desafio. Porém, acontece que cada problema, cada projeto, cada cenário é , de alguma forma, único.

Por isso,  é necessário primeiro entender de forma profunda quais pesquisas respondem à maior quantidade possível de perguntas específicas. E segundo, mas não menos importante, determinar qual é o nível de viabilidade técnica ou logística delas. 

Para tomar esta decisão, é necessário avaliar vantagens e desvantagens de cada tipo de pesquisa. Vamos lá? 

Critério número 1: abordagem

 

Pesquisa qualitativa: procura dados não-mensuráveis como sensações, opiniões, sentimentos e percepções. Usualmente utilizando perguntas abertas, o pesquisador tenta compreender o ponto de vista do entrevistado, obtendo como resultado respostas subjetivas e complexas. 

Exemplo de aplicação: realizar grupos de discussão para explorar as experiências, desafios e desejos dos consumidores em relação a produtos ou serviços específicos.

Pesquisa quantitativa: procura dados que podem se refletir em números, estatísticas e gráficos. Através de observações, questionários e entrevistas, o pesquisador rastreia dados mensuráveis que conseguem mostrar em porcentagens como está composto o público-alvo. Esses dados podem ser idade, gênero, grau de escolaridade, renda entre outros. 

Exemplo de aplicação: Analisar dados demográficos e económicos de uma região para identificar o ponto de preço que maximiza a aceitação de um produto ou serviço.

Pesquisa quali-quanti: é uma mistura das pesquisas quantitativas e qualitativas. Utilizando ferramentas como formulários mistos com perguntas fechadas e abertas, este tipo de pesquisa considera tanto os dados mensuráveis e os não-mensuráveis. 

Critério número 2: natureza

 

É importante destacar que existe algo chamado “pesquisa básica”, e esta não tem um fim prático, mas apenas teórico.

Por exemplo: para compreender as percepções dos educadores em relação ao uso de tecnologia na sala de aula e sua influência no processo de ensino-aprendizagem, a pesquisa seleciona aleatoriamente 200 educadores de diferentes níveis de ensino e aplica questionários com perguntas abertas e fechadas. 

Dificilmente veremos este tipo de pesquisa aplicado aos negócios de forma direta. Entretanto, a existência delas no meio acadêmico ou jornalístico contribui (e muito) na coleta de dados para o mundo empresarial. 

Por outro lado, a  pesquisa aplicada procura resolver problemas na prática. Como determinar a renda média da população de uma região X ou compreender quais valores ou sensações estão associados à marca Y. 

Critério número 3: objetivos

 

O critério dos objetivos compõe uma etapa crucial na seleção do tipo de pesquisa. Queremos validar uma hipótese ou aprofundar um estudo? Talvez validar uma suspeita, explicar um fenômeno? Essa pergunta precisa ser respondida antes de iniciar o procedimento da pesquisa. Para isso, temos: 

  • A pesquisa exploratória: trata-se de um primeiro análise a algum tema do qual o pesquisador não sabe muito. É levada a cabo a partir de uma hipóteses que tenta ser validada ou não, mas de um jeito pouco estruturado. 
  • A pesquisa descritiva: refere-se a coleta de dados e a descrição deles. É um aprofundamento de estudos que já foram feitos com anterioridade e tem a finalidade de achar novos fenômenos e fatos sobre os mesmos. 
  • A pesquisa explicativa: é um tipo de pesquisa que através de métodos experimentais intenta identificar o motivo pelo qual ocorre um fenômeno. 

Critério número 4: procedimentos

 

O critério dos procedimentos é talvez, o mais importante de todos. Isso porque é através dele que conseguimos traçar um caminho palpável que responda às perguntas específicas do nosso projeto. Entretanto, ao existirem tantos objetivos de diferentes naturezas, existem também inúmeros tipos de pesquisas a eles adaptados. Veja alguns a seguir: 

Experimental:

 

Seleciona e observa as variáveis que têm uma influência no objeto de estudo para depois observar qual é o efeito que causa nele. Essa metodologia busca compreender como e por que fenômenos ocorrem, envolvendo grupos de controle, seleção aleatória e manipulação de variáveis.

Bibliográfica:

 

Envolve a revisão e coleta de informações disponíveis em fontes escritas ou eletrônicas, como livros, artigos e fontes online. Essa etapa é crucial para conhecer o que já foi estudado sobre um determinado tema.

Documental:

 

É um tipo de investigação que utiliza fontes primárias, como documentos não analisados previamente, para responder a questões específicas de pesquisa. Diferentemente da pesquisa bibliográfica, que se baseia em materiais já elaborados a partir de outras fontes, a pesquisa documental busca dados inéditos, sejam atuais ou antigos.

De campo:

 

O pesquisador vai até o ambiente onde se encontra o objeto de estudo para coletar os dados diretamente. Essa abordagem busca observar e entender os fatos e fenômenos na realidade, coletando informações por meio de técnicas como observação, entrevistas e questionários.

Ex-Post-facto:

 

Investiga relações de causa e efeito coletando dados após eventos já ocorridos. É uma metodologia frequentemente utilizada para analisar eventos que já aconteceram.

De levantamento:

 

Utilizando questionários e entrevistas em amostras para coletar dados. Seu objetivo principal é descrever a distribuição de características em grupos populacionais, e sua metodologia inclui a construção de instrumentos como questionários e a análise estatística dos dados obtidos da amostra.

Com survey:

 

Coleta dados e opiniões de grupos de indivíduos, com o objetivo de representar a população em estudo utilizando questionários estruturados. Serve para mapear atitudes, opiniões e distribuições em larga escala.

Estudo de caso:

 

É uma metodologia de pesquisa que se concentra na observação e análise aprofundada de um caso específico. Essa abordagem busca compreender, descrever, explicar, avaliar e propor soluções para fenômenos em seu contexto natural. O estudo de caso oferece insights detalhados sobre o objeto de pesquisa, sendo particularmente útil em contextos onde a compreensão profunda de um problema é essencial.

Participante:

 

É uma abordagem de pesquisa que se caracteriza pelo envolvimento ativo e identificação do pesquisador com a comunidade ou grupo estudado. A pesquisa participante é flexível, adaptável e envolve a população no processo de pesquisa, promovendo uma experiência educativa e eliminando a tradicional divisão entre pesquisador e pesquisado.

Pesquisa-ação:

 

Combina técnicas de pesquisa com ação prática para melhorar uma determinada prática ou situação. Diferencia-se da pesquisa científica tradicional por envolver a alteração do objeto de estudo e ser limitada pelo contexto e ética da prática. Caracteriza-se por ser contínua, proativa, participativa e busca soluções através da interação entre pesquisa e ação.

Etnográfica:

 

Visa estudar a cultura e o comportamento de grupos sociais específicos. Diferenciando-se de métodos anteriores que dependiam de especulações, a etnografia envolve a imersão do pesquisador no ambiente estudado, coletando dados através de observação participante, entrevistas e análise de padrões comportamentais. Essa metodologia busca compreender holisticamente a vida cotidiana das pessoas, considerando fatores diversos e enfatizando a relação entre teoria e experiência prática.

Etnometodológica:

 

A etnometodologia é uma abordagem que se concentra no estudo empírico dos métodos que as pessoas utilizam para dar sentido e realizar suas ações cotidianas, como se comunicar, tomar decisões e raciocinar. Nesta metodologia se destaca a importância de compreender as práticas e interações diárias das pessoas.

Benchmarking:

 

Este tipo de pesquisa está muito associada ao mundo empresarial, e se caracteriza por estudar profundamente concorrentes e semelhantes em um determinado mercado, procurando por forças, debilidades, similitudes e referências que podem se tornar úteis posteriormente.  

Desvendar a complexidade do entorno não é uma ciência exata

 

tipos de pesquisa

 

Até aqui, você já deve ter percebido que determinar qual pesquisa utilizar em cada projeto ou, ainda, selecionar apenas uma abordagem, é praticamente impossível se não se conta com conhecimento profundo e olhar analítico. 

Principalmente hoje em dia que, embora vivamos na era dos dados e eles estejam amplamente disponíveis em materiais online ou plataformas automatizadas, nem sempre a interpretação destes dados consegue ser 100% assertiva ou útil para as organizações.

No que se refere ao geomarketing, (estratégia que utiliza dados de localização para atingir o público-alvo) , é ainda mais complexo pensar em apenas uma abordagem genérica que responda todas as perguntas de um negócio. E na Linkages sabemos muito bem disso, pois frequentemente precisamos combinar vários tipos de pesquisas, cruzar inúmeras fontes de dados para, só depois, tirar alguma conclusão relevante que, de fato, auxilie o empreendedor na tomada de decisão. 

Portanto,  contar com especialistas que estejam familiarizados com as possibilidades modernas de coleta e análise de dados e, ainda, consigam entender a fundo quais as necessidades específicas de cada projeto, pode ser a diferença entre o sucesso ou o fracasso de uma estratégia (ainda que, no papel, ela faça muito sentido). 

Quer saber mais sobre os tipos de pesquisa que Linkages utiliza? Agende uma reunião conosco. 

pt_BRPortuguese