Linkages conquista apoio da FAPESP para desenvolver modelo pioneiro de IA com análise geoespacial para mapeamentos de mercado

A Inteligência Artificial permitirá realizar análises geoespaciais mais precisas e ágeis para mapear as melhores localizações de pontos comerciais para empreendedores, novas praças para franquias e novos empreendimentos imobiliários.

A Linkages acaba de conquistar um importante incentivo para desenvolver um projeto pioneiro em seu setor. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) aprovou um aporte de recursos para a startup desenvolver um modelo de  machine learning aplicado à análise geoespacial para a geração de insights de mercado. Até o momento, não há registro de empresas no país que usam esse tipo de ferramenta em análises similares, especialmente no mercado de prospecção imobiliária.

Para obter esse apoio, a Linkages submeteu à FAPESP um projeto que detalhou como o uso de inteligência artificial pode otimizar o seu método e o processo de análise geoespacial com dados de mercado otimizando a busca pela melhor localização de um novo empreendimento. Sediada no Parque Científico e Tecnológico da Unicamp, em Campinas (SP), a Linkages já realiza mapeamentos e estudos de mercado, tendo atendido dezenas de clientes nesse período. A aplicação de IA em seus processos é o passo natural para aprimorar o já consolidado método de análise de mercado da startup.

Para este projeto, a FAPESP aprovou a participação da Linkages na fase 1 de seu programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE 1). Durante esta etapa, a Linkages vai receber um aporte de recursos da fundação para contratar desenvolvedores, aprimorar o seu plano de negócio junto a potenciais clientes e validar o seu modelo de análises geoespaciais com IA. 

Como vai funcionar o modelo com IA

O geógrafo Dr. Lucas Baldoni, founder e CEO da Linkages, explica que existem no mercado algumas plataformas que oferecem dados e avançadas funcionalidades para o usuário final. Porém elas demandam custo de assinatura e tempo de análise, ou seja, o cliente precisa ter conhecimento em inteligência geográfica e realizar a análise até chegar à melhor localização. Por outro lado, como explica Baldoni, “a Linkages otimiza esse processo decifrando a história que os dados contam, gerando resultados sob medida e entregas super customizadas, otimizando a vida do cliente na identificação da melhor localização para seu empreendimento e, consequentemente, trazendo como resultado final aumento do faturamento e sucesso do seu negócio”, afirma.

Ele também exemplifica como o novo modelo vai funcionar: “atualmente, as plataformas já incorporam ricas bases de dados, com informações como a localização em mapas, dados socioeconômicos dos bairros, perfis de idade dos públicos locais etc. Nas análises, os especialistas cruzam essas informações e estudam visualmente os mapas para apontar, por exemplo, os melhores locais para se instalar um novo empreendimento. É um processo visual de identificação dos melhores locais disponíveis. O novo sistema com IA da Linkages vai fazer isso automaticamente, ou seja, ele já vai indicar os melhores territórios, com base nos objetivos desejados”, explica o CEO da Linkages.

Baldoni acrescenta que o sistema com IA permitirá realizar estudos de forma mais rápida e mais precisa, pois os sistemas são capazes de processar muito mais informações em menos tempo. “Se eu desejar abrir um negócio, o sistema inteligente da Linkages já vai indicar no mapa os territórios mais favoráveis. Cruzando as informações das bases de dados, ele vai privilegiar fatores atratores de seu público-alvo e restringir fatores detratores, como a presença de concorrentes nos arredores, por exemplo. O modelo com IA pode fazer essas análises com muito mais rapidez e precisão, além de preservar o rigor metodológico que a Linkages já emprega em suas análises de mercado. O sistema com IA vai otimizar e ampliar o embasamento para a tomada de decisão de agentes do mercado e de novos empreendedores, independente do seu porte ou campo de atuação”, completa.

Validação do modelo automatizado

Nesta fase 1 do PIPE da FAPESP, compete agora à Linkages desenvolver um protótipo considerando o seu método e a aplicação das tecnologias de IA e validá-lo ao longo de um período de até nove meses. O objeto do projeto serão demandas de geomarketing dos setores de franquias e de avaliação de áreas e terrenos para o mercado imobiliário, adotando dados do mercado como base. 

Para uma etapa futura, Baldoni já vislumbra as funcionalidades que podem ser incorporadas: “Em um segundo momento do projeto, mais do que apresentar os melhores lugares para se instalar um negócio, o sistema com IA vai poder indicar não apenas isso, mas também que tipo de negócio tem maior potencial de sucesso em um determinado território, conforme a análise geoespacial de mercado”, prevê o CEO.

Vale acrescentar que as empresas aprovadas para participar do PIPE 1 da FAPESP podem se qualificar, durante essa fase, a aplicar para a fase 2 do PIPE – uma etapa que prevê volumes maiores de recursos e uma profunda integração com agentes do mercado e potenciais clientes. Não é à toa que Baldoni afirma: “conquistar esse apoio da FAPESP representa um salto muito grande para a Linkages, o apoio da fundação é extremamente valioso. Temos a certeza de que ele colocará a nossa startup em um patamar bem mais alto no mercado, com ótimas perspectivas para os próximos anos”, comenta o CEO, um profissional que percorre um caminho pouco comum entre os geógrafos, atuando como empreendedor.

Contratação de bolsistas

Os recursos do PIPE 1 aportados pela FAPESP podem ser destinados sobretudo à contratação de bolsistas para desenvolver o novo modelo geoespacial baseado em IA. Baldoni esclarece, como foi mencionado, que a Linkages também prevê contratar três especialistas para se incorporarem ao projeto.

“Nós vamos precisar de mais duas pessoas desenvolvedoras e geógrafos(as), que tenham experiência em programação com ferramentas de IA e experiência de mercado”, detalha o CEO. “Estamos à procura de profissionais com esses perfis para que se juntem ao nosso time, como bolsistas, para desenvolver o modelo nesta etapa”, finaliza.

 

Texto: Christian Marra | Fotos: Pedro Amatuzzi

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